Natura divulga (bons) resultados

Empresa amplia liderança na venda direta de cosméticos registrando crescimento de 21,1% na receita líquida
O diretor-presidente da Natura, Alessandro Carlucci, e o vice-presidente de Finanças e Jurídico, Roberto Pedote, anunciaram os resultados de 2010 da companhia. A receita líquida consolidada cresceu 21,1% em relação a 2009, atingindo R$ 5.136,7 milhões.
O Ebitda ficou em R$ 1.256,8 milhões, com crescimento de 24,6% e margem de 24,5%, ante 23,8% de 2009. Já o lucro líquido de 2010 foi de R$ 744,1 milhões, resultando em crescimento de 8,8%. Carlucci destacou que comparando o lucro líquido de 2009 sem amortização de ágio a expansão seria de 27,9%.
A razão dos bons resultados é atribuída em parte aos investimentos da empresa em diversas áreas. Em marketing, no período de 2008 a 2010 foram de R$ 409,5 milhões. "Investimos em publicidade, inovação comercial, treinamento de CNOs (Consultoras Natura Orientadoras), amostragem, mídias sociais e novos portais", detalhou Carlucci.
O investimento em inovação representou 2,8% da receita em 2010 e foram destaques citados a renovação da linha Chronos, a nova linha Amó (para casais) e a de maquiagem, Una.
José Vicente Marino, vice-presidente de negócios da companhia, por sua vez ressaltou que nos meses de novembro e dezembro, a Natura intensificou suas veiculações de mídia, enquanto outras companhias seguram investimentos em dezembro, para melhorar a aparência de seus resultados.
No caso da Natura, houve ampliação da liderança no mercado brasileiro de cosméticos, assim como de preferência de marca, que evoluiu de 46% em 2009 para 49% em 2010. Outro ponto de evolução da empresa seria a gestão, na qual vem investindo mais fortemente há três anos.
Em número de vendedoras, chamadas de Consultoras, a Natura está em empate técnico com a Avon. A primeira atingiu 1 milhão de consultoras no Brasil e possui mais 200 mil em outros países onde atua, enquanto a empresa estadunidense tem, no Brasil, 1,1 milhão de representantes.
Para 2011, a Natura investirá R$ 300 milhões, sem contar as ações de pesquisa e desenvolvimento.
Socioambiental. Para manter a imagem de boa empresa, conquistada com práticas que buscam refletir suas preocupações socioambientais, a Natura segue investindo em iniciativas como a do projeto Crer para Ver, que vende produtos não-cosméticos revertendo a renda para a área de ensino e que ano passado teve arrecadação recorde de R$ 10 milhões. Já o Instituto Natura, criado em 2010, começa funcionar este ano, e receberá anualmente 0,5% do lucro líquido da empresa.
O repasse de recursos às 25 comunidades com as quais a Natura tem relações comerciais para uso de ativos da biodiversidade teve aumento de 57%, atingindo R$ 8,44 milhões.

Em relação à sustentabilidade, a empresa reduziu em 7,3% sua emissão de gases de efeito estufa (quilos de CO2 por quilo de produto faturado) e busca melhorar sua capacidade de reuso da água.

Regionalização

Assim como tem buscado desenvolver internamente estruturas regionais que, em alguns casos, resultam em produtos regionais, a Natura tem aplicado a mesma estratégia em relação à América Latina. Tanto assim que consolidou ano passado uma equipe de operação internacional, sediada em Buenos Aires e comandada pelo argentino Tomas Jans.
Além da presença na Argentina (onde tem parceria local de produção), Chile e Peru, a Natura está em fase de implantação de operações (também com parceiros) na Colômbia, onde terá linhas de maquiagem, sabonetes e cremes, e México, onde produzirá xampus.
Mas como nem tudo são flores, na divulgação dos números, o diretor-presidente da Natura ponderou que produzir no Brasil é caro (o que pode explicar em parte o interesse em desenvolver parcerias em outros mercados). Os tributos nacionais consomem simplesmente 40% da receita líquida da empresa, ou seja, R$ 1,5 bilhão (com imposto de renda).
Fonte: M&M